segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Síndrome de Vítima

Ultimamente, tenho lido alguns artigos da área de psicologia, mais especificamente sobre comportamento. Ontem, descobri os artigos de Antônio Roberto Soares (http://www.antonioroberto.com.br/biografia/), que é consultor em comportamento humano, escreve a coluna semanal Bem Viver do jornal Estado de Minas e é deputado federal. Então, ao acessarem o site dele vão ver propaganda eleitoral.

Um texto chamou bastante a minha atenção e coloco aqui os trechos mais relevantes e o link para o artigo completo. O texto escolhido foi "Síndrome de Vítima", pois isto acomete muitas pessoas à nossa volta e é prejudicial tanto para o agente ativo quanto para aquele que se relaciona com pessoas assim.

Síndrome de Vítima: a incapacidade de aceitar o mundo como ele é

Antônio Roberto Soares

"O que é a vítima? A vítima é a pessoa que se sente inferior à realidade, é a pessoa que se sente esmagada pelo mundo externo, é a pessoa que se sente desgraçada face aos acontecimentos, é aquela que se acostuma a ver a realidade apenas em seus aspectos negativos. ...

Há nela uma incapacidade estrutural de procurar o caminho das soluções e, neste sentido, ela transfere os seus problemas para os outros; transfere para as circunstâncias, para o mundo exterior, a responsabilidade do que está lhe acontecendo. "
...

"Este tipo de postura provém do sentimento de solidão. É quando não percebemos que somos responsáveis pela nossa própria vida, por seus altos e baixos, seu bem e seu mal, suas alegrias e tristezas; é quando a nossa felicidade se torna dependente da maneira como os outros agem.

E como as pessoas não agem segundo nosso padrão, sentimo-nos infelizes e sofredores. Realmente, a melhor maneira de sermos infelizes é acreditarmos que é à outra pessoa que compete nos dar felicidade e, assim, mascaramos a nossa própria vida frente aos nossos problemas."
...

"A vítima é a pessoa que transformou sua vida numa grande reclamação. Seu modo de agir e de estar no mundo é sempre uma forma queixosa, opção que é mais cômoda do que fazer algo para resolver os problemas. A vítima usa o próprio sofrimento para controlar o sentimento alheio; ela se coloca como dominada, como fraca, para dominar o sentimento das outras pessoas.

A vítima é uma pessoa orgulhosa que veste a capa da humildade. O orgulho dela vem de acreditar que ela é perfeita e que os outros é que não prestam....

A esse jogo chama-se o "Jogo da Infelicidade". A vítima é uma pessoa que sofre e gosta de fazer os outros sofrerem com o sofrimento dela, é a pessoa que usa suas dificuldades físicas, afetivas, financeiras, conjugais, profissionais, não para crescer, mas para permanecer nelas e, a partir disso, fazer chantagem emocional com as outras pessoas."

Vale a reflexão sobre o tema em relação a nós mesmos e também em relação às pessoas que nos cercam.

Link para artigo completo: http://www.creativework.com.br/janela/200506_janelaaberta_arquivo.htm

Demais artigos de Antônio Roberto em http://www.antonioroberto.com.br/category/artigos/*

"Eterna Vítima", ótimo texto sobre o mesmo tema: http://www.bolsademulher.com/estilo/eterna_vitima-2834-1.html



*Notem que para ver a lista completa de artigos é necessário rolar a página e então aparecerá a mensagem "Carregando novas notícias".

4 comentários:

  1. A vítima, constantemente é aquele que acaba entrando em depressão. Faz com que a mente trabalhe contra si próprio e está sempre em busca soluções no mundo exterior. Eu complementaria dizendo que a "vítima" também tem pena de si própria. Esse é o sentimento que se propaga aos amigos e familiares, que acabam por se solidarizar com esta situação.

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  2. É verdade, Nyldo. Além de ter consequências para a própria "vítima", as pessoas que a cercam acabam entrando nesse jogo de pena e acabam se sentindo responsáveis pelo sofrimento da pessoa. E isto é muito desgastante emocionalmente porque a vítima nunca está satisfeita e faz cobranças para resolver o próprio problema, tentando responsabilizar as pessoas pelo seu próprio sofrimento

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  3. Concordo com tudo o que foi dito, mas julgo fundamental ressaltar que muitas vezes esse "depositar" no outro a raiz dos problemas e das queixas advém de um processo não-consciente, como uma forma de manipular seu entorno e satisfazer a determinadas necessidades (de vitimização em si,de afetividade,de partilha do sofrimento, etc.), que talvez só possam ser satisfeitas, na dinâmica relacional já construída,dessa forma... As doenças, inclusive,muitas vezes são originadas nesse processo e/ou usadas para mantê-lo. Atendo muitas pessoas que assim escolhem viver e é bastante penoso (seja no nível do sofrimento, seja no nível do "saco cheio") para todos ao redor, inclusive para a própria pessoa. Um dos primeiros passos da psicoterapia é buscar tirar a pessoa desse lugar de vítima e ajudá-la a tornar-se autora de sua própria história. Muitas vezes, esse processo de desvitimização, dura um longo tempo!

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  4. Puxa, com um comentário profissional desses, o blog agradece :) Muito legal!

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