quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Ah, o amor!

Ah, o amor! Um tema que é, ao mesmo tempo, leve e complicado...

Aqui, fiz uma coletânea de textos que expressam a minha forma de pensar sobre o tema, destacando os trechos mais relevantes, como um aperitivo para que vocês leiam aqueles que considerarem mais interessantes.

Amar é renunciar?
http://www.antonioroberto.com.br/2009/05/31/artigo-amar-e-renunciar/

"Quando ajudamos alguém e esperamos algo em troca, ainda que seja gratidão, não estamos sendo bons, mas espertos."

"Existe uma grande diferença entre amor e “favor”. No amor, temos grande alegria em fazer algo por alguém e somos pagos no próprio ato de fazer. No favor, tudo o que fazemos é contabilizado e futuramente cobrado. Chamamos de ingrata a pessoa a quem prestamos um favor e na hora de pagar ela não o fez. Mesmo porque nada foi combinado com ela. Ingrato é aquele que não se vendeu aos nossos favores. As relações que se fazem através do binômio favor-gratidão, em geral são pesadas e de muito conflito porque elas se estabelecem através do jogo da renúncia."

Fortalecimento da relação
http://www.antonioroberto.com.br/2009/12/06/artigo-fortalecimento-da-relacao/

"Se não existir privacidade e individualidade de cada pessoa, a relação se torna opressiva, sufocante e simbiótica. A médio prazo essa mistura vai provocar a frieza e o tédio do relacionamento. Um dos parceiros começa a se afastar do outro, em busca de liberdade e o outro aumenta a tentativa de controle e de cobrança gerando muitos conflitos, brigas e, às vezes, violências. Se, por outro lado, não houver cuidado com a relação, através de objetos comuns, de brincadeiras comuns (viagens, cinema, jogos, danças, saídas com os amigos, festas, música, orações, etc.), de partilhamento de interesses e atividades, cada um vai vivendo sua vida e se perde a finalidade da relação."

O amor no terceiro milênio
http://www.flaviogikovate.com.br/artigos/texto/o_amor_no_terceiro_milenio.htm

"O que se busca hoje é uma relação compatível com os tempos modernos, na qual exista individualidade, respeito, alegria e prazer de estar junto, e não mais uma relação de dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar.
A idéia de uma pessoa ser o remédio para nossas felicidades, que nasceu com o romantismo, está fadada a desaparecer neste início de século. O amor romântico parte da premissa de que somos uma fração e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos."

"A palavra de ordem deste século é parceria. Estamos trocando o amor de necessidade pelo amor de desejo. Eu gosto e desejo a companhia, mas não preciso - o que é muito diferente."

Amar ou Gostar
http://www.antonioroberto.com.br/2007/07/29/artigo-amar-ou-gostar/

"Temos que saber diferenciar o “amar” de “gostar”. O “gostar”, que originalmente se aplica às coisas, se refere à auto-satisfação: Eu gosto de chocolate, de cinema, de transar, de ser elogiado, etc. É um verbo egocêntrico, ligado ao prazer que sentimos na relação com o mundo. O “amar”, por outra forma, extrapola o conceito do nosso prazer imediato e contempla também a existência da outra pessoa, sobretudo nos seus direitos e desejos como pessoa humana, incluindo o principal deles que é viver em plenitude, ou seja, ser feliz.

No amor você deseja a felicidade do outro, se empenha nisso, se interessa por tudo o que possa ajudá-lo a estar bem consigo mesmo. Quando uma relação é baseada no “gostar” mútuo, as pessoas são coisificadas e a relação é sempre de uso e exploração. Uma relação que é ciumenta, possessiva é exatamente isso. O ciumento não está interessado no crescimento do parceiro, tanto que não hesita em proibi-lo de trabalhar, estudar, ter amigos, se divertir (a não ser com ele), mesmo que essas coisas sejam essenciais para o processo de sua felicidade. Ao contrário, deseja a submissão do outro à sua vontade, ainda que isso produza sofrimento e perda da autonomia."

Há vários outros textos desses autores relacionados ao tema. Para quem gosta, vale a pena acessar as referências abaixo.

Os artigos completos de Flávio Gikovate estão publicados em:
http://www.flaviogikovate.com.br/artigos/artigos.htm

Os textos completos de Antônio Roberto Soares estão publicados em (rolar a página para ver todos):
http://www.antonioroberto.com.br/category/artigos/

6 comentários:

  1. Inspiraaaaaada! rsrs
    Gostei muito do amar X gostar, justamente pelo que se vê tanto por aí de coisificação das relações, tudo a ver! E o amor no 3º milênio é perfeito... tem a ver com o outro post que fala da vitimização e da transferência de responsabilidade (e de um monte de outras coisas) para o outro.
    ps: Que metade da laranja que nada! Queremos é mais ingredientes pra tornar a vida mais gostosa e rica!!! ;)

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  2. É... várias idéias e pensamentos borbulhando na minha cabeça, encaixando e compreendendo várias coisas para conviver melhor com as pessoas.

    Fiquei fã do Flávio Gikovate também, seu colega de profissão, e vi que ele tem vários livros publicados. Vou dar um pulinho na Saraiva e folhear os livros dele. A partir daí, decido qual/quais comprar.

    Você tem razão, o texto "Amor no 3o milênio" está totalmente relacionado ao "Síndrome de Vítima" e o engraçado é que são de autores diferentes, mas têm uma coerência total entre si!

    Eu gostaria de ter conhecido esses textos há mais tempo.

    É... não queremos apenas a metade da laranja, mas uma vitamina, hahahahah.

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  3. Lendo seu comentário, lembrei-me de uma coisa que tenho escutado muito nos últimos tempos (inclusive na minha pós): as coisas chegam até nós quando estamos preparados para compreendê-las e para lidar com elas! Então, acredito que chegaram no momento certo! Continue buscando e se encontrando... ;)

    Depois vou parar pra dar uma lida no trabalho dele tb (do Gokovate), não conhecia e gostei desse texto aí. Ah, por sinal, sermos criados numa cultura feminina romântica faz estragos com a gente!rsrs Há tempos que venho desconstruindo várias coisas em terapia e na vida! Pena que nem todos possam fazer isso sozinhos...

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  4. Vejo evidências da diferença do amar e gostar em algumas interações entre homens e animais. O cão é um exemplo de amor fiel e condicional ao seu dono. Há casos em que eles são maltratados por seus donos, abandonados ou deixados em segundo plano. Por pior "dono" que você seja, tenha a certeza que seu cão sempre o aguardará chegar em casa e demonstrará toda alegria possível, abanando a cauda. Coitado de quem tente agredir o seu cruel "dono". O animal é capaz de arriscar a própria vida para protegê-lo.

    O seu cão lhe dá proteção, respeito e amor. Em troca, às vezes, ganha pancadas, é escurraçado ou rejeitado porque a sua demonstração de amor (lambidas e pulos) incomoda. Além de não esperarem nada em troca, não consideram "ingratos" estes pseudo-donos.

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  5. É, Nildo, este é um dos poucos exemplos de amor incondicional. O relacionamento entre mãe e filhos é outro exemplo, mas fora isso, as coisas já começam a ficar raríssimas.

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  6. Sim, Ana, uma coisa que sempre procuro me lembrar é de que tudo acontece no seu tempo, mas me esqueço dessa máxima diariamente.

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